Primeiramente, gostaríamos de parabenizar todos os alunos que participaram desse torneio! Continuem a mergulhar no universo dos livros e da escrita, pois temos certeza que chegarão muito longe.
Na categoria Ensino Médio do Torneio CMA edição livros, os alunos tiveram que escrever uma análise crítica do livro Auto da Compadecida, de Ariano Suassuna. A aluna vencedora dessa categoria foi Karina C. do 3º ano do Ensino Médio.
Confiram o texto que ela escreveu:
“Uma obra de Ariano Suassuna, que se tornou filme e cativou o Brasil, com uma história do sertão do brasileiro, explicitando toda a seca, fome e a dificuldade da população.
As personagens principais, João Grilo e Chicó, tentam sobreviver com todas as dificuldades, João Grilo sendo esperto e enganando a todos, assim conseguindo dinheiro para viver, Chicó com suas histórias que ele não sabe como foi, mas sabe que foi assim, sua covardia e medo que traz um teor humorístico a obra.
Uma dupla de personagens que se completam, creio que toda a graça está no jeito em que os dois lidam com as adversidades da vida difícil que levam.
Está escancarada a difícil vida das personagens e toda a corrupção dos padres, que dão prioridade para os detentores das fazendas e terras.
A obra critica a posição da igreja perante a sociedade, que por muitas vezes é injustiçada por não ter poder aquisitivo.
Vimos que a esperteza de João Grilo sempre supera a arrogância e a agressividade dos personagens como o cangaceiro, o Major Antônio, o Padeiro, o Vicentão e o Cabo Setenta.
É válido citar a que foi utilizada na obra de Suassuna, uma linguagem regional, assim seguindo a risca o local onde se passa a história.
Uma história regada de humor e por sua vez, muito bem projetada, pois depois de todos os pecados que as personagens cometem, temos o julgamento, parte importante para a reflexão do leitor e do telespectador, apesar da mulher do padeiro lhe trair, o padeiro ser um péssimo patrão, o padre e o bispo serem corruptos, João Grilo incitar o roubo e assassinato, mentir e enganar, Suassuna traz a reflexão que todos são humanos e que comem erros, pois assim lhe foi concedido o perdão. Humanizando as personagens e comovendo os telespectadores.
Uma obra com riqueza de detalhes do sertão brasileiro que vale a pena conferir.”